Nos artigos anteriores abordaram-se aspetos importantes, de natureza sanitária e tecnológica, a ter em consideração no desenvolvimento das fases iniciais de um projeto de uma indústria alimentar. Mais especificamente, foram descritas as fases de estudo prévio e de anteprojeto.
Torna-se por isso relevante abordar a fase final, ou seja, a elaboração dos projetos de construção propriamente ditos (arquitetura e especialidades de engenharia), que irão fornecer toda a informação necessária para a execução da obra, em toda a sua extensão.
Na fase de anteprojeto, estando já consolidado o layout (desenvolvido na fase de estudo prévio), foram estabilizadas as áreas, volumes, geometria e características ambientais dos diversos locais.
Caracterizou-se os diversos materiais de construção a usar (para coberturas, tetos, paredes externas e internas, pavimentos, vãos de portas e janelas).
Identificou-se e definiu-se as necessidades frigoríficas (em termos dimensionamento, potências e níveis térmicos), bem como de energia elétrica, água e outros fluidos (e definiu-se genericamente as respetivas redes).
Em relação aos equipamentos a instalar (necessários aos processos produtivos e também os auxiliares e de higiene, etc), os mesmos também foram identificados e caracterizados.
Nestas duas fases (estudo prévio e anteprojeto), é indispensável a intervenção de técnicos com formação em segurança sanitária dos alimentos e conhecimento e experiência dos processos tecnológicos que irão ser implementados nessa indústria.
Mas concluído o anteprojeto, termina a participação destes técnicos?
A sua intervenção não deve terminar. Todavia, o grau do seu envolvimento na fase do projeto de execução propriamente dito irá depender do nível de detalhe do anteprojeto e da experiência que a equipa técnica que irá realizar os projetos de arquitetura e instalações especiais.
A equipa de arquitetura e engenharia deverá poder contar com o aconselhamento dos tecnologistas e sanitaristas que colaboraram nas fases anteriores, pois há inúmeros detalhes que devem ser bem definidos no projeto, para que não sejam necessárias medidas ad hoc, tomadas já na execução da obra, por não ter havido informação suficiente na fase de projeto.
A título de exemplo, refere-se apenas alguns desses detalhes:
- Arquitetura em geral:
Definição do tipo de pavimento e compatibilização dos conceitos de antiderrapante e fácil de higienização
Pormenorização de remates entre paredes e entre paredes /pavimentos: adequados às operações de higienização
Escolha de dispositivos superficiais de recolha de águas residuais, tendo em conta o tipo e dimensões médias de resíduos que se encontrem no pavimento
- Câmaras frigoríficas de conservação ou de congelação:
Definição do tipo de evaporadores, seu posicionamento, sentido de circulação do ar e coeficientes de recirculação, tendo em conta o tipo de produto, o seu acondicionamento e estrutura de suporte
Cálculo dos tempos de congelação a considerar, face à potência frigorífica já determinada, tendo em conta a condutibilidade térmica do produto, espessura e tipo de acondicionamento
- Salas com ambiente climatizado:
Indicação dos níveis higrométricos adequados, face à temperatura superficial dos produtos e ao tempo médio de permanência na sala
Definição dos sistemas de difusão do ar e de mistura de ar novo
- Iluminação:
Informação sobre a intensidade luminosa necessária nos locais de trabalho e identificação de locais em que seja necessária maior intensidade
Alerta para frequências de cor da emissão luminosa, que possam interferir com a coloração dos produtos
Os exemplos atrás citados representam apenas uma parte de toda a informação que deve ser claramente definida e abranger todas as especialidades do projeto.
A larga experiência da Alicontrol, através dos seus departamentos de Estudos e Projetos e de Qualidade e Segurança Alimentar, faz dela o parceiro de confiança das equipas de arquitetura e instalações especiais, para o desenvolvimento de projetos de indústrias alimentares.